ESCUTAR É UMA ARTE

Sem a palavra, nós, humanos, não existimos. O que nos diferencia dos animais é isso. Não obstante, pouco caso se faz da escuta, que a escola deveria valorizar, ensinando os alunos a escutar os outros e a se escutar. A educação implica isso, pois, além de ser um instrumento de aprendizado, a escuta é um instrumento de pacificação.

A boa escuta, que implica a contenção, pode inclusive permitir a quem fala se deparar com o que está dizendo e encontrar na própria fala um sentido novo. Neste caso, ela é uma arte.

nadinha

Henry Miller escrevia a fim de se abrir para si mesmo, desejando que os outros o fizessem também. Diz isso explicitamente em Sexus, o primeiro livro da sua trilogia – completada com os romances Plexus e Nexus –, que ele chamou de “A crucificação encarnada”. Deixava-se guiar pelo seu inconsciente, por saber que só assim alcançaria a verdadeira liberdade. O resultado desse procedimento foi uma ficção que subverte todas as convenções literárias e pode ser considerada uma autoficção.

“Sexus”, “Plexus”, “Nexus”, a trilogia Crucificação Encarnada. Henry Miller