NÃO HÁ QUEM POSSA DESPERDIÇAR UM SÓ MINUTO

O tempo é um bem tão precioso que não se pode perdê-lo. A morte ensina a não perder tempo e com isso não deixa perder a vida. Por isso eu digo, no Clarão, que a morte é uma estrela.

Tratei do tema repetidamente nos meus romances porque gosto de viver. Ainda que isso possa, às vezes, ser particularmente penoso. Somos paradoxais como a vida, “que é dura e linda como um diamante”, conforme diz a poeta Neide Archanjo.

 

 

 

 

nadinha

Segundo o historiador Fernand Braudel, o Mediterrâneo é mil coisas simultaneamente. “Não é uma paisagem, mas diferentes paisagens; não é um mar, mas uma sucessão de mares; não é uma civilização, mas várias civilizações.” O escultor Aristide Maillol representou o Mediterrâneo com a escultura de uma mulher, que ele sacralizou através da beleza do corpo e da posição da cabeça. Por estar cabisbaixa como as mulheres pudicas, ela é tão exuberante quanto intocável e, como toda grande obra de arte, paradoxal.

Aristide Maillol, “Mediterrâneo ou O pensamento”, escultura em calcário, 1923-1927