O DIAGNÓSTICO NÃO É UM VEREDICTO

Dora não pode morrer é uma peça que eu escrevi para questionar o discurso médico, cuja autoridade não pode ser discutida, mas cujo autoritarismo não é aceitável. O diagnóstico que o médico faz não pode ser entregue ao doente como se fosse um veredicto, uma sentença a que ele está condenado.

Noutras palavras, o doente não é um réu e, sem a sua colaboração, o tratamento se torna impossível. Um mesmo diagnóstico pode ter diferentes significados em função da história subjetiva de cada pessoa. A cura depende – e muito – da disposição para ela. Tanto implica a fé na possibilidade de se curar quanto a paciência.

nadinha

Por que os artistas esculpiram e pintaram a nudez? Por exibicionismo ou por voyeurismo? Também por isso, mas não só. Revelando a intimidade, o corpo que nós escondemos, a escultura e a pintura humanizam a nudez. Pela sua função humanizadora, a arte sempre foi, é e será necessária.

Auguste Rodin, “Danaide”, escultura em mármore, 1885-1889.