ESTAR A SÓS

Na presença do amado, o amante não precisa de mais nada. Por isso, os amantes preferem  se isolar. O que eles de fato querem é um tempo só para eles.

 

Seguir no ritmo dele, passo a passo entre azaleias. Colher uma e, com a pétala, acariciar-lhe a face esquerda – ficará assimétrico, querendo na outra face, pronto a comigo se ausentar.

Não iremos a Roma ou a Paris, pois no Tibre ou no Sena não há ilha onde possamos estar inteiramente sós. Antes nos perder em longínquas dunas tropicais para que a nossa hora seja só nossa. Ir para onde o céu aparecerá através da copa escancarada de um buriti e o silêncio será para ouvir as ondas do mar.

 

 

A trilogia do amor/A paixão de Lia

Coletivo Team Lab, Japão, “Movimento cira vórtices cria movimento”, instalação com luzes, Trienal da National Gallery of Victoria (NGV), Austrália, 2018