IMPREVISÍVEL COMO O GOZO

Ninguém vai a Las Vegas, por acaso. A máquina da sorte faz sonhar.

 

Deixa a máquina do cassino rolar e o dólar cair, dez, cem, mil… Deixa a máquina falar:

— Sou a máquina da sorte, dura e linda como um diamante. Deixo-te de mãos vazias ou te douro a palma. Onde quer que você olhe neste saguão estou eu, que me multiplico porque faço sonhar o pobre e o rico, lado a lado, idênticos aqui diante da sorte como diante da morte… O cassino como o bordel, a máquina como a cama para você se perder, se soltar, tirar o freio da vida e ir, meu bem…

 

A trilogia do amor/A paixão de Lia

Octave Tassaert, “La femme damnée” (“A mulher maldita”), óleo sobre tela, 1859