A COINCIDÊNCIA

O que o amante deseja é desejar o amado mais e ainda. Por isso, ele pode adiar o gozo.

 

Sendo dois, nós seremos um, engendraremos Mozart ou Paganini ou Brahms. A noite então parecerá nunca ter sido longa ou negra.

O acordo entre nós poderá existir sem nenhuma coincidência, cada um se entregando, despreocupado, ao próprio gozo. Mas também poderá a coincidência ocorrer e o tempo ser simultâneo, como o das gaivotas em revoada. Uma cama que ora será de um jeito, ora de outro, mas onde adiaremos repetidamente o fim.

 

A trilogia do amor/A paixão de Lia

Jarek Puczel, “Loveers 2”, gravura giglê, ilustração do álbum The Brink (2014) dos roqueiros indies australianos The Jezabels

Comentários sobre "A COINCIDÊNCIA"

Os comentários estão fechados.