O amor materno

Com  o amor da mãe o filho nasce para a linguagem.

 

Vê-lo esfregar no seio a bochecha à procura do mamilo. Vê-lo abocanhar e deixar que esteja ávido. Olhar o menino que dorme de lábios entreabertos, saciado. Com o leite que me escorre do seio, farei que saiba do verbo.

O filho tanto ouvirá as lendas quanto as fábulas, e destas eu darei mais de uma versão. Direi que, precisamente por ter cantado, a cigarra recebeu da formiga o necessário – em suma, que não só de pão vive o homem.

 

 

 

A trilogia do amor/A paixão de Lia

Johannes Hedegaard, “Mãe alimentando o filho”, escultura em porcelana blanc de chine, Royal Copenhagen