PERDER NÃO SIGNIFICA NÃO TER

Depois de várias perdas, cheguei à conclusão de que perder não significa não ter. Se for rememorado, o morto não deixa de existir entre os vivos. Daí as grandes manifestações ocorridas em Paris, depois dos atentados de 2015. Nunca me esquecerei de Nicolas Deguenart, que morreu com a namorada num bar do onzième arrondissement. Era um professor de ioga e um mestre espiritual, um homem de paz. Morreu num bistrô, com um tiro no peito, como se estivesse no front. À sua revelia, ele se tornou um herói, um símbolo da liberdade.

nadinha

De todas as capitais europeias, a que mais me impressiona é Berlim. Pela reconstrução, a arquitetura e a ilha dos museus. Mas, sobretudo, pela rememoração do seu passado trágico. Importante visitar o bunker de Hitler, o Museu da Topografia do Terror e o Memorial do Holocausto, onde eu li uma frase de que não me esqueço: “O que aconteceu lá pode acontecer aqui”.

Topografia do Terror, museu ou “local de lembrança” do nazismo, em Berlim, no ponto onde ficava a Gestapo

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