O AMOR NAO CONCEBE A DÚVIDA

O amante não aceita a desconfiança do amado ou a dúvida deste em relação ao amor. Isso fica claro através da mitologia e do teatro.

Eros se une sempre a Psiquê na escuridão da noite. Não aceita ser visto. Por temer que o amante seja um monstro, Psiquê ilumina o rosto dele com uma lâmpada a óleo. Vê então o mais belo dos deuses. De tão fascinada, deixa cair uma gota de óleo quente no ombro de Eros, que acorda e vai embora enfurecido. Não suporta a desconfiança.

Antes de dizer adeus a Ofélia, Hamlet envia a ela o seguinte poema “Duvida de que os astros sejam chamas/ Duvida de que o sol gira/ Duvida da própria verdade/ Mas não duvida de que eu te amo”. Quatro versos para dizer que o amor é contrário à dúvida. Com Hamlet, Shakespeare reatualizou a mitologia grega.

nadinha

Só por duvidar do amado, o amante pode requerer provas. Mas, como dizia meu amigo Carlito Maia, filósofo popular, as provas são para os atletas. Os amantes se amam e nada mais.

William Adolphe Bouguereau, “Eros &Psyché quando crianças”, óleo sobre tela, 1890

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